Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

São no mínimo surpreendentes as conclusões do estudo “The Social Media”, conduzido no Reino Unido pela McCann-Erickson Bristol que revelou que 65.6% dos marketeers admitem que não sabem como utilizar as redes sociais para fins de marketing.
Cada vez mais acredito que a janela de oportunidade que as redes sociais abrem, ao nível de comunicação empresarial, será mais facilmente maximizada por comunicadores/relações públicas do que propriamente por marketeers, que ainda não conseguiram desprender-se da lógica do GRP.
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Quinta-feira, 30 de Abril de 2009
Dois funcionários da cadeia americana de fast food Domino’s Pizza, colocaram um vídeo no Youtube, gravado em tom de brincadeira na cozinha de um dos restaurantes Domino's onde revelavam atitudes muito pouco higiénicas na confecção dos alimentos. (
video aqui)
Este vídeo rapidamente se disseminou online e facilmente chegou ao main stream, provocando um estado de crise de comunicação com sérios danos para a marca.
A primeira reacção que a marca teve, foi de tentar minimizar o acontecimento e recusar o comentário, alegando que os comentários só serviriam para alertar mais pessoas para a história, o que consensualmente, como profissionais de comunicação, entendemos como uma decisão completamente errada.
Deste caso, que de alguma forma poderá servir como case study, uma vez que pode facilmente ser replicado em qualquer restaurante, chamo sobretudo a atenção, para uma nova realidade que os social media vieram maximizar e potenciar, que reside no facto de qualquer funcionário de uma organização, ser simultaneamente um dos seus potenciais porta vozes.
Esta nova realidade que faz com que todas as pessoas da empresa, sejam simultaneamente os seus principais veículos de comunicação com o exterior, obriga a que a comunicação tenha que ser pensada de dentro para dentro para poder resultar de dentro para fora.
Uma cadeia como a Domino’s Pizza com 145 mil empregados, aprendeu com este episódio, que tem também 145 mil comunicadores que tem que informar, motivar e integrar no seu plano estratégico de comunicação.
Uma boa política de contratação, motivação e valorização dos recursos humanos, para além de estar na base de qualquer organização de sucesso, é ao mesmo tempo condição absolutamente necessária para garantir que a mensagem que passa para fora é por todos entendida, cultivada e partilhada.
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A anúncio da T-Mobile, filmado em Liverpool Station, em Londres, está sem dúvida muito bem conseguido e quando passou pela primeira vez na televisão inglesa, o seu impacto foi grande, conforme podem ver aqui.
O que ninguém pensou foi que, através de uma rede social, neste caso o Facebook, um grupo de pessoas decidisse replicar o anúncio da T-Mobile, mas desta vez no mundo real e numa sexta-feira às 19.00, hora de ponta na estação, combinaram começar a dançar ao ritmo da sua própria música ou do seu próprio silêncio, contagiando tudo e todos, conforme podem ver aqui ou aqui. A adesão foi tão grande, que a estação teve que ser fechada durante uma hora.
No âmbito das reflexões sobre social media, a grande questão que se coloca é se em algum momento, esteve aqui a mão da T-Mobile?
Ninguém pode responder ao certo a esta questão, o que é certo é que o resultado em cadeia foi brutal e multiplicou várias vezes o retorno da campanha inicialmente projectado.
Talvez por sentirmos que os media tradicionais se vão cada vez mais transformando em intermediários manipuláveis entre as marcas e os consumidores, uma nova geração de media, vai alterando por completo a lógica da comunicação empresarial.
Esta nova geração de media, vulgarmente denominada “social media” e que se expressa através de blogs, fóruns de opinião, redes sociais, etc, tem como característica comum o facto dos emissores e os receptores serem os próprios consumidores.
Os social media vão arrasando completamente com os conceitos da comunicação linear orientada a target groups, que suportaram as melhores estratégias de comunicação desenvolvidas nas últimas décadas, para recriarem o processo, colocarem o consumidor no centro, acrescentado ao conceito tradicional de comunicação, a interacção.
Os que ainda questionam a eficácia dos social media como veículos de influência em rede, respondam a esta pergunta: acreditam mais numa revista de viagens a dizer que o hotel X é espectacular ou num blog de um qualquer indivíduo a dizer que passou férias nesse mesmo hotel e que afirmou que a limpeza deixava muito a desejar?
Eu adoro viajar, tenho acesso privilegiado a todas as publicações sobre viagens e destinos, mas antes de decidir sobre um destino ou hotel, dou por mim a consultar tudo o que é fóruns, blogs e chats.
Como planear estratégias de comunicação perante este novo paradigma, é sem dúvida um dos grandes desafios que se coloca aos estrategas da comunicação empresarial, e que me proponho a discutir aqui.
Como inspiração deixo aqui os fundamentos da rede social criada por Barack Obama, que rompe com um ciclo, onde as campanhas presidenciais eram financiadas exclusivamente pelos grandes industriais e empresários, para uma nova abordagem, sustentada na relação directa com cada um dos seus eleitores, que ao mesmo tempo financiaram a sua campanha.