Este fim-de-semana, no arranque do campeonato, estiveram nos estádios portugueses 69.406 pessoas. Destas, 54.103 estiveram no Estádio da Luz.
Independentemente dos títulos alcançados pelo FCP nos últimos anos, que lhe conferem todo o mérito e hegemonia desportiva, em Portugal, a grande marca de futebol é a marca BENFICA.
A marca BENFICA suportada por uma equipa ambiciosa, com espírito lutador e sobretudo vitoriosa, consegue alcançar todo o seu potencial. A euforia que envolveu a pré-época na esperança de um BENFICA campeão, praticamente encheu o Estádio da Luz no jogo inaugural da liga e é uma pequena amostra deste potencial.
A transmissão do jogo de apresentação do SLB, tem dado que falar. Não por razões relacionadas com a bola propriamente dita, mas porque os comentadores da SIC, José Augusto Marques e Jorge Baptista, pensavam que tinham os microfones desligados e foram apanhados a gozar literalmente com o João Malheiro.
Sobre este episódio já muito se disse nos media e nos social media. O vídeo partilhado no Youtube já foi visto por milhares de pessoas que se deliciaram com esta pérola do jornalismo desportivo nacional. Deste bizarro episódio queria destacar dois aspectos:
- A tentativa da SIC de censurar esta peça foi completamente fracassada. Mesmo exigindo ao Youtube que retirasse a peça dos seus ficheiros ao abrigo dos direitos de autor, a mensagem “This video is no longer available due to a copyright claim by SIC, S.A. “ chegou a aparecer no primeiro vídeo partilhado, mas rapidamente proliferaram novos vídeos, partilhados por outros utilizadores e em outros sites de partilha de vídeo. Cheguei a ler em alguns comentários em fóruns e blogues “A SIC anda a ver se consegue apagar isto, por isso continuem a partilhar”.
- Há jornalistas que quando não sabem nada sobre um determinado assunto deviam estar calados. A crónica de TV do DN, escrita por Joel Neto, revela um completo desconhecimento e ignorância em relação à realidade. Num artigo com o título: João Malheiro e as Louras, (aqui), o jornalista defende que “enquanto ninguém regular o Youtube, crimes como este (o da exposição de uma conversa privada, entre outros) continuarão a ser praticados todos os dias”. Uma completa aberração: em primeiro lugar ninguém cometeu qualquer crime, em segundo, a conversa que diz ser privada, foi tornada pública no momento em que foi para o ar, não por um qualquer criminoso mas sim devido à incompetência e falta de profissionalismo dos jornalistas da SIC, em terceiro o Youtube já tem uma regulação que confere o direito aos proprietários das imagens de exigiram a sua não disponibilização.
O futebol é a palavra do ano 2008 na imprensa, segundo estudo divulgado pela Cision.
Num país com 10 milhões de habitantes que tem três jornais diários desportivos, na verdade não me surpreende este resultado, surpreendeu-me sim, quando fizemos o mesmo exercício utilizando apenas como universo a imprensa nacional generalista, e verificámos que este ranking contínua a ser liderado por esta palavra.
Atendendo que o segundo lugar neste estudo é ocupado pela palavra “crise”, este resultado, apesar de mostrar bem o que mexe com a agenda da imprensa em Portugal, até me parece positivo, afinal antes de falar de bola do que de crise!
Positivo também me parece que o SLB apesar de não ganhar campeonatos e de não jogar nada, continua a merecer o primeiro lugar na agenda dos media.
Estranho é que apesar da “publicidade gratuita” e da atenção com que é seguido pelos media e consequentemente pelas pessoas, a grande maioria dos estádios portugueses, continuam às moscas. Será caso para dizer ”eles falam, falam…”