O novo líder do PSD foi eleito pelas pessoas, população em geral, que ao manifestarem convictamente a opinião que ele era o melhor líder para o partido e principalmente o melhor para poder suceder a José Sócrates como primeiro-ministro, influenciaram e convenceram os militantes do partido, que era capital a sua ascensão a líder.
Esta ruptura, incómoda para algumas estruturas internas do partido que esvaziam assim a sua capacidade de influência, parece-me indiciar uma estratégia que conceptualmente apontou a sua mensagem ao eleitorado e não aos decisores do seu partido.
A estratégia de comunicação política de Pedro Passos Coelho, de forma consciente ou não (embora eu acredite pouco em movimentos espontâneos), foi sustentada por um triângulo de influência cujos vértices foram a opinião pública, os media e os militantes do PSD. A triangulação entre os media, principais influenciadores da opinião pública, a opinião pública que foi revelando a sua opinião nas várias sondagens à população encomendadas pelos media e os militantes do PSD, influenciados pelos media e pela opinião pública, resultou numa votação no novo líder que não deixa qualquer dúvida sobre a sua base de sustentação.
Acredito que Passos possa estar a poucos passos de ser o próximo primeiro-ministro de Portugal porque os militantes do PSD perceberam estes sinais e resolveram fazê-lo seu líder. Estes passos deverão passar pelo desenvolvimento de uma estratégia de comunicação centrada na sua imagem, no conhecimento sobre os temas que mais preocupam a opinião pública e na capacidade de interacção com a agenda mediática.