Carlos Encarnação demitiu-se da presidência da Câmara Municipal de Coimbra por estar farto de aturar o governo. Assim abandona a cidade que o elegeu e ignora o compromisso assumido com as pessoas que confiaram nele e que lhe deram o seu voto há pouco mais de um ano.
Mas afinal quem não esta farto deste governo, da crise, do aumento dos impostos, do trânsito, da chuva, do chefe ou de qualquer outra coisa!?
Também concordo que este governo tem tratado mal a cidade de Coimbra, que o cancelamento do projecto do Metro é escandaloso, irresponsável e revela bem que este governo que não sabe o que anda a fazer, por onde quer ir e onde quer chegar. Contudo não creio que qualquer que seja a política do governo, justifique a demissão de um presidente da Câmara eleito pela população da cidade e como tal ao seu serviço.
Não sei o que ensinam na escola a estes políticos, mas se há um valor importante na vida é o respeito pelos outros, em democracia, o respeito pelas pessoas que anonimamente elegem os seus políticos, a quem confiam os destinos do seu pais através do voto.
Infelizmente se formos a ver bem, esta atitude de rato que abandona o navio, não é propriamente nova na nossa praça política. Ainda que por razões diferentes, Antonio Guterres e Durão Barroso também fizeram tábua rasa do compromisso sagrado entre eleitor e eleito ao demitiram-se dos cargos para que foram eleitos.
Neste capitulo, apesar de todos os defeitos do nosso primeiro ministro José Sócrates, de eu não me rever na sua política e de não fazer parte do seu eleitorado, tenho que lhe reconhecer e elogiar a sua perseverança, persistência e atitude, que apesar de todas as contrariedades, continua a comportar-se como capitão deste navio que parece querer naufragar.
Portugal e o investimento nas energias renováveis esteve em grande destaque no The New York Times. (aqui)
Um bom trabalho de comunicação que resultou num artigo de grande relevo, com direito a chamada de primeira página, que vem empolgar o sentido de oportunidade do investimento português nas energias renováveis como forma de reduzir a dependência do país nos combustíveis fósseis e que coloca a favorabilidade do governo português e o primeiro ministro José Sócrates em alta acentuada.
Como não acredito em notícias destas sem trabalho de fundo de RP, é de salientar a inteligência de quem a promoveu, sobretudo se considerarmos a má favorabilidade que os media nacionais têm envolvido todos os assuntos que envolvem o governo e o primeiro ministro José Sócrates. Em comunicação política, por vezes, a inspiração necessária para contrariar tendências negativas tem que vir de fora. Se vier dos USA, tanto melhor.
Apenas um reparo, a imagem dos portugueses na América continua longe de ser a desejável. Reparem aqui na foto de José Cristino, o agricultor que ilustra a notícia...
O novo líder do PSD foi eleito pelas pessoas, população em geral, que ao manifestarem convictamente a opinião que ele era o melhor líder para o partido e principalmente o melhor para poder suceder a José Sócrates como primeiro-ministro, influenciaram e convenceram os militantes do partido, que era capital a sua ascensão a líder.
Esta ruptura, incómoda para algumas estruturas internas do partido que esvaziam assim a sua capacidade de influência, parece-me indiciar uma estratégia que conceptualmente apontou a sua mensagem ao eleitorado e não aos decisores do seu partido.
A estratégia de comunicação política de Pedro Passos Coelho, de forma consciente ou não (embora eu acredite pouco em movimentos espontâneos), foi sustentada por um triângulo de influência cujos vértices foram a opinião pública, os media e os militantes do PSD. A triangulação entre os media, principais influenciadores da opinião pública, a opinião pública que foi revelando a sua opinião nas várias sondagens à população encomendadas pelos media e os militantes do PSD, influenciados pelos media e pela opinião pública, resultou numa votação no novo líder que não deixa qualquer dúvida sobre a sua base de sustentação.
Acredito que Passos possa estar a poucos passos de ser o próximo primeiro-ministro de Portugal porque os militantes do PSD perceberam estes sinais e resolveram fazê-lo seu líder. Estes passos deverão passar pelo desenvolvimento de uma estratégia de comunicação centrada na sua imagem, no conhecimento sobre os temas que mais preocupam a opinião pública e na capacidade de interacção com a agenda mediática.
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