
O guia Michelin é dos melhores exemplos para ilustrar que nem sempre a melhor estratégia para vender um produto é falar sobre esse produto.
Na perspectiva da comunicação, o guia tem um appeal irresistível. É o mais famoso guia de restaurantes do mundo, é reconhecido e aceite por todos, o seu critério pretende ser indiscutível e incorruptível, e a sua influência e poder é tão grande que o chefe francês Bernard Loiseau, que inspirou a personagem do filme Ratatui, suicidou-se com a perspectiva de poder perder um das suas três estrelas.
As estrelas atribuídas pela Michelin têm a particularidade de se promoverem a si próprias através da rede de restaurantes distinguidos, os seus melhores porta-vozes, como podemos ver
nesta notícia sobre o Tavares, recentemente distinguido com uma estrela Michelin.
O guia criado em 1896 pelos irmãos Michelin, como forma de vender mais pneus, convidando as pessoas as andar de carro para percorrer os seus destinos, tem hoje dentro da empresa fabricante de pneus, total autonomia e um centro de custos e proveitos próprio, mas o seu principal retorno continua a ser a reputação que consegue transferir para a marca Michelin, pelo que o propósito da sua criação continua perfeitamente actual.
Para mais sobre este guia, recomendo a leitura
deste artigo do i.