Apesar da campanha de Barack Obama, ser hoje apenas história, na medida em que, conforme garantiu o próprio David Plouffe, seria impossível de replicar com sucesso, na sua essência estão as bases para uma nova teoria da comunicação.
Da conferência de hoje na Católica, destaco essencialmente a convicção de que o império dos media tradicionais chegou ao fim. Uma nova forma de comunicar centrada no individuo e na sua capacidade de influência na sua própria network, foi sem dúvida o que marcou a estratégia do novo presidente americano, que coloca os media tradicionais como mais um canal de comunicação e não como o canal de comunicação.
Conforme salientou David Plouffe, enquanto Hillary Clinton e John Mccain, contavam as suas vitórias em função da tendência das suas notícias na CNN e CBS, Barack Obama, preferia contabilizar o sucesso em termos do envolvimento e mobilização alcançado, por exemplo num comício com 10.000 pessoas.
A capacidade de organização e mobilização de uma rede de voluntários capazes de passar a palavra, trabalhando 20 horas por semana em espírito de missão e conduzidos em função de resultados alcançados e a alcançar, foram segundo Plouffe decisivos na vitória alcançada.
Registo ainda para o investimento realizado no conhecimento dos eleitores como forma de ir ao encontro das suas expectativas, na formação como forma de garantir que a mensagem é passada de forma correcta e na tecnologia como o suporte de comunicação.
Para uma marca, o case studie apresentado por David Plouffe, pode fazer toda a diferença, na medida em que pode mudar por completo a forma como comunica com os seus clientes. O conhecimento do consumidor, os seus hábitos, expectativas, necessidades e sobretudo a sua network e consequentemente a sua capacidade de influência, é decisivo numa nova forma de comunicação que o coloca como ponto central e o desafia a ser o seu principal promotor.