Cristiano Ronaldo é o herdeiro mais natural de David Beckham em termos de importância publicitária no Reino Unido não fosse o facto de ser estrangeiro e o "mau da fita" para a maioria dos britânicos, afirmam especialistas em marketing desportivo.
Parece-me normal que a marca Ronaldo não tenha o mesmo valor em Inglaterra do que tem em Portugal, ou mesmo no resto da Europa, e só me parece aceitável comparar o valor iconográfico em Inglaterra do Ronaldo com o do David Beckham, como exercício meramente académico.
Vistas bem as coisas, se por um lado o Beckham nunca foi considerado o melhor do mundo, por outro, o Ronaldo nunca jogou pela selecção inglesa, porquê comparar?
Só faz sentido porque a comunicação social inglesa continua a criar e influenciar as tendências europeias e mundiais e conseguiu fazer do David Beckham uma verdadeira “Barbie” do futebol mundial. No que diz respeito ao Ronaldo, a comunicação social inglesa não tem qualquer interesse, nem motivação, para o fazer, na medida em que na hora de representar um país, é com a camisola de Portugal que ele joga.
Os valores relacionados com a nacionalidade são os intangíveis mais fortes que uma marca pode comunicar, na medida em que são os que mais facilmente fazem desencadear emoções nos mais variados públicos, pelo que é no mercado nacional que o valor mediático do Ronaldo atinge o seu ponto mais elevado.
No entanto, uma possível transferência para o Real Madrid poderá fazer disparar o seu valor publicitário no mercado espanhol e para além das fronteiras do velho continente, também os mercados da Ásia e da China, cujo futebol começa a mover paixões poderão colocar a marca Ronaldo acima de qualquer concorrente.