Talvez por sentirmos que os media tradicionais se vão cada vez mais transformando em intermediários manipuláveis entre as marcas e os consumidores, uma nova geração de media, vai alterando por completo a lógica da comunicação empresarial.
Esta nova geração de media, vulgarmente denominada “social media” e que se expressa através de blogs, fóruns de opinião, redes sociais, etc, tem como característica comum o facto dos emissores e os receptores serem os próprios consumidores.
Os social media vão arrasando completamente com os conceitos da comunicação linear orientada a target groups, que suportaram as melhores estratégias de comunicação desenvolvidas nas últimas décadas, para recriarem o processo, colocarem o consumidor no centro, acrescentado ao conceito tradicional de comunicação, a interacção.
Os que ainda questionam a eficácia dos social media como veículos de influência em rede, respondam a esta pergunta: acreditam mais numa revista de viagens a dizer que o hotel X é espectacular ou num blog de um qualquer indivíduo a dizer que passou férias nesse mesmo hotel e que afirmou que a limpeza deixava muito a desejar?
Eu adoro viajar, tenho acesso privilegiado a todas as publicações sobre viagens e destinos, mas antes de decidir sobre um destino ou hotel, dou por mim a consultar tudo o que é fóruns, blogs e chats.
Como planear estratégias de comunicação perante este novo paradigma, é sem dúvida um dos grandes desafios que se coloca aos estrategas da comunicação empresarial, e que me proponho a discutir aqui.
Como inspiração deixo aqui os fundamentos da rede social criada por Barack Obama, que rompe com um ciclo, onde as campanhas presidenciais eram financiadas exclusivamente pelos grandes industriais e empresários, para uma nova abordagem, sustentada na relação directa com cada um dos seus eleitores, que ao mesmo tempo financiaram a sua campanha.