Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009

Estes dois
takes da Lusa, foram ambos distribuídos no dia 29 de Julho, um às
11.33 e outro às
11.38.
Nos dias seguintes foi
notícia que BCP, BES, BPI, CGD e Santander Totta, os cinco maiores bancos a operar em Portugal, aumentaram 24% os seus lucros no primeiro semestre, em termos homólogos.
A contradição que salta à vista, mostra bem qual a realidade da banca em Portugal e da banca na Europa. Enquanto que na Europa, a liquidez que os governos deram aos bancos está a servir como estímulo à recuperação económica, em Portugal serve para que os bancos aumentem cada vez mais os seus lucros.
É escandaloso o comportamento da banca em Portugal e é revoltante a conivência do governo português perante estes senhores. Os bancos em Portugal não são pessoas de bem, comportam-se como autênticos abutres e têm um só padrão de conduta: aumentar o lucro a qualquer preço.
partilhar
O banco que investiu nos últimos cinco anos mais de 15 milhões de euros no futebol, que conseguiu resultados importantíssimos ao multiplicar o seu retorno várias vezes e sobretudo ao revitalizar a sua marca, propôs aos clubes um corte no orçamento.
A mim parece-me claramente uma má estratégia. Tudo o que conseguiu no futebol nos últimos anos, ao sair, facilmente será capitalizado para outra marca, que se for um banco, lhe vai trazer sérios prejuízos de imagem. Acredito que o Millennium bcp, apesar da crise, e apesar do momento conturbado que vive, esteja a “esfregar as mãos”, e que as recentes aproximações que tem vindo a fazer ao futebol não tenham sido por acaso.
É difícil alavancar hoje em dia um patrocínio no futebol, a concorrência é muita e a multiplicação de suportes e oportunidades aumenta essa dificuldade. O BES tinha conseguido uma estratégia de sucesso no futebol que agora deixa em aberto para ser continuada por quem vier a seguir.
O patrocínio não pode ser visto como um gasto, que se acciona em tempos de “vacas gordas” e se dispensa em tempos de “vacas magras”. Os efeitos de uma decisão desta natureza medem-se na relação da marca com o consumidor e consequentemente nas vendas.
Parece-me certa a decisão dos três principais clubes portugueses, que não deixaram desbaratar o seu principal activo e não cederam às pressões da crise que se anuncia. O futebol é o maior activo de patrocínio em Portugal, pelo que deve ser preservado e fundamentalmente gerido profissionalmente. Acredito que não faltem ofertas para estar presente nas suas camisolas, sem dúvida os melhores suportes de patrocínio do futebol português.