Segunda-feira, 30 de Março de 2009

As bases para uma nova teoria da comunicação

 
Apesar da campanha de Barack Obama, ser hoje apenas história, na medida em que, conforme garantiu o próprio David Plouffe, seria impossível de replicar com sucesso, na sua essência estão as bases para uma nova teoria da comunicação.
 
Da conferência de hoje na Católica, destaco essencialmente a convicção de que o império dos media tradicionais chegou ao fim. Uma nova forma de comunicar centrada no individuo e na sua capacidade de influência na sua própria network, foi sem dúvida o que marcou a estratégia do novo presidente americano, que coloca os media tradicionais como mais um canal de comunicação e não como o canal de comunicação.
Conforme salientou David Plouffe, enquanto Hillary Clinton e John Mccain, contavam as suas vitórias em função da tendência das suas notícias na CNN e CBS, Barack Obama, preferia contabilizar o sucesso em termos do envolvimento e mobilização alcançado, por exemplo num comício com 10.000 pessoas. 
 
A capacidade de organização e mobilização de uma rede de voluntários capazes de passar a palavra, trabalhando 20 horas por semana em espírito de missão e conduzidos em função de resultados alcançados e a alcançar, foram segundo Plouffe decisivos na vitória alcançada.
Registo ainda para o investimento realizado no conhecimento dos eleitores como forma de ir ao encontro das suas expectativas, na formação como forma de garantir que a mensagem é passada de forma correcta e na tecnologia como o suporte de comunicação.
 
Para uma marca, o case studie apresentado por David Plouffe, pode fazer toda a diferença, na medida em que pode mudar por completo a forma como comunica com os seus clientes. O conhecimento do consumidor, os seus hábitos, expectativas, necessidades e sobretudo a sua network e consequentemente a sua capacidade de influência, é decisivo numa nova forma de comunicação que o coloca como ponto central e o desafia a ser o seu principal promotor.
publicado por uriel oliveira às 21:05
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2 comentários:
De Dário Fonseca a 30 de Março de 2009
Foi sem dúvida uma grande aula, não estivéssemos nós no auditório da Universidade Católica. Na verdade para aqueles que achavam que a vitória de Obama tinha sido um acaso, ficou ali claro que existiu acima de tudo muito trabalho, um excelente aproveitamento das novas ferramentas de comunicação e uma capacidade de motivar e aglutinar pessoas extraordinária.
Mas é também importante ver que mais uma vez, é algo que acontece na “América”. Será que a funcionaria e teria o mesmo impacto noutro sítio?
De António Valle a 1 de Abril de 2009
Em conversa abordámos a questão da motivação.
O que levou tanta gente a juntar-se à campanha e a trabalhar sem receber qualquer dólar?
Pensei!
Não nos esqueçamos que, tal como o Dário diz, o que aconteceu, aconteceu nos Estados Unidos. Pais com uma grande cultura de voluntariado (e facilmente manipulável pelo show off , que é também uma forma de envolvimento).
Neste contexto, e tentando adaptar a estratégia à nossa cultura (porque acredito que é possível), aquilo que move as pessoas é o sucesso.
Em Portugal o que acontece é inveja do sucesso e se o outro tem ou vai eu também vou. Acho que a dinâmica da coisa pode passar por uma capacidade de mostrar que o projecto que existe é vencedor e será um orgulho, para quem participar nele, dizer um dia "eu estive lá, eu sei como se faz."
O que me levou a deslocar até Lisboa para ouvir, durante 2 horas, um especialista em comunicação?...
Eu estive na conferência do David Plouffe . Eu partilhei uma sala com o director de campanha do Obama .
Acredito que com o estado socioeconómico do pais e do mundo, o paradigma da comunicação vai mudar, não só em termos tecnológicos, mas em valores.
Proximidade, verdade, disponibilidade, envolvimento...
Mas nunca, nunca deixem de estudar... :)

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