Para além de me ter deixado seduzir pela facilidade com que permite fazer maravilhosas iguarias culinárias, não posso deixar de destacar o plano de marketing da Bimby, um autêntico compêndio de boas práticas para o sucesso.
Disponível apenas através da venda directa, a Bimby suporta toda a sua estratégia de comunicação no word of mouth, motivado pela recomendação dos seus clientes e sustentada por micro agentes capazes de movimentar pequenas redes sociais informais, que através de uma abordagem personalizada, se deixam convencer com os atributos deste famoso robot de cozinha.
A Bimby para as gerações mais novas tem a reputação de ser uma cozinheira robot faz tudo, sempre às ordens. Quando decidimos em casa comprar a Bimby, uma das minhas filhas disse logo entusiasmada: porreiro, vou passar a vir almoçar a casa todos os dias! Eu concordei e disse-lhe para ela de manha dizer à Bimby o que quer almoçar que quando chegar da escola, tem lá o almoço prontinho a comer… :)
Fiquei surprendido com a novidade, até porque já me tinha esquecido que existia Second Life!
Hoje, e cada vez mais, as pessoas expõem online a sua vida, a identidade online é uma extensão da própria existência, não é uma outra existência com passaporte para circular no mundo digital.
Por outro lado, procurei no Facebook e não encontrei os CTT! Enquanto o Facebook tem em Portugal cerca de 390.000 utilizadores, com tendência a aumentar, o Second Life tem 40.000, com tendência a diminuir... Que estratégia é esta?!
A facilidade de acesso ao espaço informativo é uma das principais conquistas do indivíduo alcançadas através da web 2.0, que atinge o seu ponto mais alto de projecção quando um conteúdo, partilhado por um indivíduo ou grupo de indivíduos, chega ao mainstream.
Para além do sensionalismo puro e duro, que continua a ser a poção mágica para entrar no mainstream, os restantes ingredientes para o conseguir são complicados de sistematizar e continuo a surpreender-me com a capacidade de agenda que determinados conteúdos, aparentemente amorfos, conseguem alcançar.
O vídeo partilhado no Youtube pelos funcionários do Departamento Técnico de Planeamento e Urbanismo da Câmara Municipal de Portimão, é um bom exemplo desta realidade.
Para além das mais de 80.000 visualizações no Youtube, este vídeo, uma recriação da música "We are the World", que lamenta de uma forma tosca e provinciana a situação do funcionário público, foi transmitido em prime time na RTP, SIC, e TVI e depois repetido até à exaustão, na RTPN, SIC Notícias e TV24. Um total de 27 minutos de televisão!
Imagino a frustração do presidente da Câmara Municipal de Portimão, que gastou milhares de euros a dinamizar vários eventos como forma de promover a cidade como destino turístico, que conseguiram bem menos tempo de antena.
Vejamos alguns exemplos:
Carnaval da Bahia, 23 minutos
Endurance Internacional de Jet Ski e motas de água, 22 minutos
Final da Liga Europeia de Voleibol, 20 minutos
Rock One, 17 minutos
Festival da Sardinha, 7 minutos
Portimão Air Festival , 3 minutos
Num país em que quase 1 milhão de pessoas não tem trabalho, parece-me de mau gosto que um grupo de funcionários públicos se lamente com o facto de ter que trabalhar, mas possivelmente este foi o segredo para abrir as portas do mainstream.
O espaço das conferências de imprensa no futebol é um espaço premium para a presença de sponsors, na medida em que permite maximizar a sua associação aos clubes, aos eventos e à modalidade.
A presença continuada , neste espaço, para além de garantir um retorno mediático significativo, é fundamental para activar a componente emocional do patrocínio através da associação espontânea positiva de valores que para as marcas.
O que que se faz actualmente nas salas de conferência de imprensa de grande parte dos clubes da Liga Sagres é um autêntico disparate!
Há salas de conferência de imprensa que por pouco não escondem os entrevistados para mostrar um autêntico supermercado de logótipos, garrafas, produtos e em alguns casos até screens LCD com mensagens, sem qualquer alinhamento ou preocupação estética. Admiro-me ainda não terem tentado colocar alguém a fazer demonstrações de produtos em mímica, talvez, enquanto o entrevistado presta declarações!
Enfim, conseguem transformar um espaço premium de comunicação num espaço ridículo de televendas, onde não consigo entender como ainda existem marcas que querem lá estar! Vejam a fotografia que utilizei para ilustrar este post, tirada na sala de imprensa do Vitória de Setúbal. (sem comentários...)
Desta forma, resolvi reunir aqui algumas dicas que me parecem importantes, a ter em conta para a decoração dos espaços de conferência de imprensa, espero que sejam úteis.
·Identificação do espaço (clube ou competição) através da sua logomarca, cor ou alguma outra característica que o distinga dos restantes. O público deve identificar o espaço como o espaço daquele clube, ou daquela competição. A sala de conferência de imprensa da Champions League é um bom exemplo de uma boa prática a este nível.
- O painel de marcas não deve ter mais do que 6 marcas, que se podem repetir de modo a criar um padrão.
- O espaço disponível para cada marca deve ser idêntico. Se se pretende fazer alguma distinção entre elas, deve ser feita em função do número de vezes que se repete e não em função do seu tamanho. A dimensão das marcas deve permitir que no enquadramento do entrevistado com o plano de imagem, sejam visíveis pelo menos 4 marcas em simultâneo.
- A colocação de produtos de consumo, como por exemplo água, cervejas ou sumos, deve simular uma situação real de consumo, ou seja faz sentido ter uma água em cima da mesa, não faz sentido ter uma água, duas cervejas, um sumo e três pacotes de bolachas.
- Não recorrer a suportes digitais para mostrar marcas.
- Não utilizar animações.
- A zona do microfone pode ter uma marca adicional, no entanto a altura deste suporte não deve ultrapassar nunca o limite do peito do entrevistado.