Terça-feira, 31 de Março de 2009
Inovar em tempo de crise é a fórmula necessária para correr em contra-ciclo e alcançar o sucesso.
Foi exactamente o que fez o atleta Romain Mesnil, vice-campeão do mundo e da Europa de salto à vara, que em função de não ter conseguido renovar o seu contrato com a Nike, resolveu correr nu pelas ruas de Paris, com o objectivo de chamar a atenção para potenciais patrocinadores.
A iniciativa despertou de tal forma a atenção dos media que o seu vídeo foi abertura de vários jornais televisivos pelo mundo fora.
Perante este impacto, duvido que não existam agora vários interessados em vestir o menino.
Com esta iniciativa, a meu ver, Mesnil conseguiu sobretudo alavancar a sua oferta de patrocínio para um nível excepcional, na medida em que criou uma verdadeira oportunidade diferenciadora, capaz de marcar o seu próximo patrocinador, num momento que se poderá tornar inesquecível para o público.
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Apesar da campanha de Barack Obama, ser hoje apenas história, na medida em que, conforme garantiu o próprio David Plouffe, seria impossível de replicar com sucesso, na sua essência estão as bases para uma nova teoria da comunicação.
Da conferência de hoje na Católica, destaco essencialmente a convicção de que o império dos media tradicionais chegou ao fim. Uma nova forma de comunicar centrada no individuo e na sua capacidade de influência na sua própria network, foi sem dúvida o que marcou a estratégia do novo presidente americano, que coloca os media tradicionais como mais um canal de comunicação e não como o canal de comunicação.
Conforme salientou David Plouffe, enquanto Hillary Clinton e John Mccain, contavam as suas vitórias em função da tendência das suas notícias na CNN e CBS, Barack Obama, preferia contabilizar o sucesso em termos do envolvimento e mobilização alcançado, por exemplo num comício com 10.000 pessoas.
A capacidade de organização e mobilização de uma rede de voluntários capazes de passar a palavra, trabalhando 20 horas por semana em espírito de missão e conduzidos em função de resultados alcançados e a alcançar, foram segundo Plouffe decisivos na vitória alcançada.
Registo ainda para o investimento realizado no conhecimento dos eleitores como forma de ir ao encontro das suas expectativas, na formação como forma de garantir que a mensagem é passada de forma correcta e na tecnologia como o suporte de comunicação.
Para uma marca, o case studie apresentado por David Plouffe, pode fazer toda a diferença, na medida em que pode mudar por completo a forma como comunica com os seus clientes. O conhecimento do consumidor, os seus hábitos, expectativas, necessidades e sobretudo a sua network e consequentemente a sua capacidade de influência, é decisivo numa nova forma de comunicação que o coloca como ponto central e o desafia a ser o seu principal promotor.